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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

PINTANDO O SETE NO VITERBO

Os dois casos a seguir são contribuições da Lucília para o blog e ela comenta as contribuições no destaque abaixo. Obrigado e sempre que tiver uma história ou lembrar de uma não deixe de enviar.

"Estou enviando duas histórias sobre o saudoso amigo Aldemar p/o blog, uma da minha autoria e outra do coleguinha jornalista, Múcio Bezerra, uma figuraça, que tb já partiu p/o andar de cima."  Lucília

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PINTANDO O SETE NO VITERBO

São muitas as histórias curiosas envolvendo o “camarada” Aldemar e o seu bom senso. Para começar vou contar um episodio acontecido nos anos 80, quando nós morávamos na lendária Travessa Santa Rosa do Viterbo.

Um belo dia resolvemos pintar o nosso apartamento, mas como a grana, para variar, estava curta, o Carlos, meu marido na época, chamou o Roberto Athanázio, também nosso vizinho (e marido da saudosa Regina) para fazer aquela pinturazinha básica. Tinta para lá, brocha para cá, lá pelas tantas, resolvi dar uma espiada para ver como estava o andamento da coisa. Foi quando cheguei no quarto e notei algo estranho. Os habilidosos e bem-intencionados voluntários haviam pintado a parede, sem tirar o guarda-roupa do lugar, em outras palavras, passaram a tinta em volta do mesmo. Quando deparei com a cena, quase tive um ataque, e comecei a argumentar que não estava bom, etc. e tal. A dupla de pintores amadores até tentou me convencer de que o serviço estava bom, e só eu é que estava notando aquele pequeno detalhe.

Inconformada com a situação, interfonei correndo para o vizinho do aptº 806 e pedi socorro. Foi quando Aldemar chegou e ao dar de cara com o “armário emoldurado” na parede, começou o seu breve e conciso discurso, sobre as falhas no processo de pintura em questão. Após algumas horas de justificativas e hipóteses, ele conseguiu reverter o quadro e nos convenceu de que a melhor a saída era contratar um pintor profissional. Grande Aldemar...

Lucília Machado
 

CONTO DE NATAL


Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. Achou que estava tudo uma beleza, porque ainda não conhecia o Aldemar. O conhecedor de todas as coisas_ eu estou me referindo ao Aldemar_ teria criticado logo o regime de trabalho. Seis dias numa semana? Um absurdo. Um mau exemplo divino na medida para justificar a exploração do homem pelo homem, desde quando Adão foi demitido, sem justa causa, do Paraíso. E ainda por que dois terços de água_ e, ainda por cima, salgada_ se o nome do planeta é Terra? Ele teria convencido o Todo-Poderoso_ e aqui eu estou me referindo a Deus_ a mudar o nome do planeta para Mar. Porque ficaria mais coerente. E também porque rimaria com o nome dele, Aldemar.
Às vezes, quando penso que fiz uma coisa perfeita, um trabalho bonito, um gol de placa, verifico logo se o Aldemar não está por perto. Se ele não estiver, faço autocrítica. Imagino como o Aldemar analisaria aquilo, vejo melhor cada ângulo da questão e...quer saber de uma coisa? O trabalho estava mesmo uma porcaria. E a Sharon Stone, por exemplo, não é tão linda assim. Aliás, ela nem sequer é bonita. Olhando bem, que mulher feia, meu Deus...
Conheci o meu amigo Aldemar na Faculdade de Comunicação na UFF. Éramos da mesma turma. Saí de lá convencido de que Melvin L. De Fleur, Marshall McLuahan e Umberto Eco podiam entender muito da teoria da comunicação. Mas não teriam coragem de discutir o assunto com o Aldemar. O meio é a mensagem? Pois sim...
Imagino que Deus estava descansando naquele sétimo dia, quando olhou o futuro e viu o Aldemar. Aí resolveu criar o Antônio, outro colega da turma da faculdade. Antônio é o crítico do Aldemar.
Antônio morava no Fonseca, mas fez o impossível para se mudar para um condomínio de luxo, em Pendotiba. Não por uma questão de status. Mas para ficar perto e discordar do Aldemar:
_ Feliz natal!
_ Feliz por quê?
_ Eu provo!
_ Prove...


*(Múcio Bezerra)