
Quero juntar aqui casos e histórias legais, sem me importar com a forma ou preciosismos, quero apenas que eles contem um pouco das nossas boas lembranças ou reflexões. Me envie um caso ou uma história interessante para que eu possa publicar.
domingo, 29 de agosto de 2010
A mula sumiu.

Minha filha vai viajar.
Minha filha vai para Madrid.
Que bom!!!
Vai filha, vá viver uns tempos lá.
Vá para Madrid, Espanha, Europa, pro Norte.
Você que é do Sul.
Não sinto medo da sua ausência temporária,
Sinto saudades antecipadas que é como se saudade real fosse, mesmo que ainda a tenha por perto por estes dias.
Madrid vai ganhar uma pessoa melhor por uns tempos, com uma visão justa das coisas e de querer bem.
Vá ganhar maturidade, amplitude, conhecimento, amigos. Um pouco mais de coisas que você já tem.
Quando a saudade apertar vamos nos falar e ver no Skype.
Se concentre no começo no que é bom e nas coisas boas que te moveram para ir.
Se sinta forte olhando para adiante.
Respire de quando em quando e de sempre em sempre, vai te ajudar, já diz sua mãe.
Aproveite os momentos sozinha para ler, observar, entender...
Aproveite os momentos acompanhada para uma boa conversa.
Aproveite as viagens para registrar suas imagens e depois compartilhar com todos nós e curta seu tempo lá que a volta é logo.
Boa viagem!!!
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Há muito tempo atrás meu pai me mostrou o texto abaixo que é de um poeta Árabe e durante anos li como filho e outros tantos tenho lido como pai, e a cada releitura e momento me faz refletir sobre esta relação tão especial entre pais e filhos.
O poema de Kalil Gibran
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Que bom!!!
Vai filha, vá viver uns tempos lá.
Vá para Madrid, Espanha, Europa, pro Norte.
Você que é do Sul.
Não sinto medo da sua ausência temporária,
Sinto saudades antecipadas que é como se saudade real fosse, mesmo que ainda a tenha por perto por estes dias.
Madrid vai ganhar uma pessoa melhor por uns tempos, com uma visão justa das coisas e de querer bem.
Vá ganhar maturidade, amplitude, conhecimento, amigos. Um pouco mais de coisas que você já tem.
Quando a saudade apertar vamos nos falar e ver no Skype.
Se concentre no começo no que é bom e nas coisas boas que te moveram para ir.
Se sinta forte olhando para adiante.
Respire de quando em quando e de sempre em sempre, vai te ajudar, já diz sua mãe.
Aproveite os momentos sozinha para ler, observar, entender...
Aproveite os momentos acompanhada para uma boa conversa.
Aproveite as viagens para registrar suas imagens e depois compartilhar com todos nós e curta seu tempo lá que a volta é logo.
Boa viagem!!!
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Há muito tempo atrás meu pai me mostrou o texto abaixo que é de um poeta Árabe e durante anos li como filho e outros tantos tenho lido como pai, e a cada releitura e momento me faz refletir sobre esta relação tão especial entre pais e filhos.
O poema de Kalil Gibran
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
sábado, 21 de agosto de 2010
Eu vi.
Há muitos anos eu havia decido que não contaria o acontecido naquele dia. O fato era tão inusitado e impossivel de crer que resolvi me calar, pois, naquela época, qualquer criança que apresentava um distúrbio, o médico da cidade dava Gardenal e diagnosticava epilepsia e isto era uma condenação para qualquer um. Há cerca de duas semanas, minha convicção começou a mudar depois que um amigo me contou, sem saber, uma história muito parecida com a minha, que tinha visto na internet. Pesquisei intensamente e concluí que a história se repetia nos detalhes em que só eu vivera e portanto não podia ser mera coincidência. A partir disto, resolvi revelar o acontecido e, afinal, vou fazer 50 anos e o mundo hoje já tem drogas melhores que o Gardenal.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010
O Quintal do Natal
A casa do Natal era do outro lado da rua em frente à casa de minha vó. Era uma casa de frente longa, calçada alta e acinzentada, como as casas de antigamente. As janelas e portas cumpridas, com vidros coloridos davam alguma cor naquele lugar. Debruçado na janela ou sentado na porta, Natal passava boa parte do dia, devia ter uns 48 anos, mas para nós parecia um senhor gordo e velho, era simpático com a gente, mas sem muitas

Sorte do Toizinho que a Yolanda não gostava de jabuticaba e o Natal tinha um sono profundo.
sábado, 14 de agosto de 2010
Ô MANO!!!
Ô mano! Era a expressão mais comum que ele usava. Servia para brincar, servia para saudar, servia para brigar. Era Dentista por circunstância da vida, vendedor por instinto e Diretor por conseqüência. Palmeirense, apaixonado por futebol, que usava para figurar suas falas. Contava casos como se tivesse vivido, na verdade sempre foi um personagem. Usava as crises como oportunidade ou como oportunismo, neste caso as criava. Lembro dele falando – “ô mano, quando estiver dependendo da solução de alguém coloque o bode na sala e jogue as chaves fora, pois quando o bode começar a feder a solução aparece” e ele tinha o sangue frio para fazer isto, perdia algumas ganhava muitas. Naquela época mandava mais que o Presidente da empresa, e é daquela época uma das muitas histórias interessantes do Zé.


Niterói, 15 de agosto de 2010.
O Negão Boa Gente
sábado, 14 de agosto de 2010
Negão Boa Gente
Viro a esquina da Magnólia e lá está novamente a Van parada no meio da rua, com o pisca pisca ligado, em frente à padaria da Aurora.
Paro o meu carro sem querer complicar ainda mais o trânsito. Dentro da Van algumas crianças, três ou quatro, não mais, estão muito quietas, meio dormindo meio acordadas e do lado de fora uma mãe-avó conversa tranquilamente com o motorista, um negão com cara de boa gente.
Neste tempo a Baixinha já colocou meu café puro e eu logo reclamo que o pão vai torrar na chapa, mais uma vez ela resmunga e corre para tirá-lo e eu mais uma vez reclamo, uma rotina que temos necessidade.
Neste horário, cinco para as sete, o trânsito piora a cada minuto, a Van parada é motivo de buzinas de reclamação e o boa gente termina a conversa com a mãe-avó e, calmamente, pede um café com leite ”crarinho” no copo de “prástico” e, com a intimidade marcada por um sorriso fácil, deseja bom dia a todos.
Com o copo quente volta para a Van da Escola Tia Júlia, abre a porta do carona, mexe em algo que não vejo, pois a porta aberta encobre a minha visão,joga dois sacos plásticos na calçada,entra no carro equilibrando o copo quente e pula para o outro banco.
Minha habitual concentração no jornal fica de lado, e de lado observo que a Baixinha também parou e me observa atentamente a pensar o que deu nele que hoje esqueceu do jornal?
O Negão Boa Gente se acomoda lentamente e, com todo o cuidado de um “Profissional do Trânsito”, sai com o café com leite quente em uma das mãos e o volante na outra.
Será que o carro é automático?
Esqueci de ver.
Deixa para lá; amanhã, quando eu virar a Magnólia novamente, ele vai estar lá.
Pobres crianças.
Niterói, 11 de agosto de 2010.
Negão Boa Gente
Viro a esquina da Magnólia e lá está novamente a Van parada no meio da rua, com o pisca pisca ligado, em frente à padaria da Aurora.
Paro o meu carro sem querer complicar ainda mais o trânsito. Dentro da Van algumas crianças, três ou quatro, não mais, estão muito quietas, meio dormindo meio acordadas e do lado de fora uma mãe-avó conversa tranquilamente com o motorista, um negão com cara de boa gente.
Neste tempo a Baixinha já colocou meu café puro e eu logo reclamo que o pão vai torrar na chapa, mais uma vez ela resmunga e corre para tirá-lo e eu mais uma vez reclamo, uma rotina que temos necessidade.
Neste horário, cinco para as sete, o trânsito piora a cada minuto, a Van parada é motivo de buzinas de reclamação e o boa gente termina a conversa com a mãe-avó e, calmamente, pede um café com leite ”crarinho” no copo de “prástico” e, com a intimidade marcada por um sorriso fácil, deseja bom dia a todos.
Com o copo quente volta para a Van da Escola Tia Júlia, abre a porta do carona, mexe em algo que não vejo, pois a porta aberta encobre a minha visão,joga dois sacos plásticos na calçada,entra no carro equilibrando o copo quente e pula para o outro banco.
Minha habitual concentração no jornal fica de lado, e de lado observo que a Baixinha também parou e me observa atentamente a pensar o que deu nele que hoje esqueceu do jornal?
O Negão Boa Gente se acomoda lentamente e, com todo o cuidado de um “Profissional do Trânsito”, sai com o café com leite quente em uma das mãos e o volante na outra.
Será que o carro é automático?
Esqueci de ver.
Deixa para lá; amanhã, quando eu virar a Magnólia novamente, ele vai estar lá.
Pobres crianças.
Niterói, 11 de agosto de 2010.
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